Uma ligação para o telefone 190 do Copom (Centro de Operações da
Polícia Militar) de São Paulo, feita em março, mostrou uma execução em
tempo real. A testemunha, que permanece sob proteção policial, ligou
para a PM e descreveu o crime.
- Olha, eu estou no Cemitério das Palmeiras, em Ferraz de
Vasconcelos, e a Polícia Militar acabou de entrar com uma viatura aqui
dentro do cemitério, com uma pessoa dentro do carro, tirou essa pessoa
do carro e deu um tiro. Eu estou aqui do lado da sepultura do meu pai.
A testemunha não conseguia ver a placa nem o prefixo da viatura
policial do local em que presenciou o assassinato. Enquanto falava com o
Copom, que gravou a ligação, ela esperou os policiais passarem perto
para que pudesse ver os dados da viatura.
Em seguida, o suposto policial autor da execução percebeu a presença
da testemunha, parou a viatura e foi em direção a ela. A mulher se
antecipou e foi falar com o policial. Segundo a conversa gravada pelo
Copom, o policial diz que não havia atirado e, na realidade, estava
socorrendo a vítima.
- Estava socorrendo? Meu senhor, olhe bem para a minha cara. Eu não
vou [para a delegacia]. Ele falou que estava socorrendo. É mentira. É
mentira, senhor. É mentira. Eu não quero conversar com o senhor. E o
senhor tem a consciência do que o senhor faz.
Os policiais militares suspeitos de execução registraram um boletim
de ocorrência de roubo seguido de resistência e morte, no qual alegavam
que o homem morto havia resistido à prisão. Mas a ligação gravada da
testemunha contradiz o depoimento dos oficiais.
A notícia foi publicada no início da tarde desta segunda-feira (4) pelo portal Estadão.com.br.
Veja como foi a ligação:
10:02
William Felix de Andrade




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