Brasília - Clientes bancários no Brasil estão se adaptando a uma nova
tecnologia – o uso da biometria em caixas eletrônicos. A tecnologia
identifica o cliente pela leitura das digitais, da palma da mão ou de
outras características únicas e pode substituir o uso de senha.
O corretor de seguros Derick Crispin Gomes, 19 anos, considera que a
tecnologia traz mais segurança. “A maior vantagem é a confiança que
temos, pois as impressões digitais são únicas para cada pessoa, então
acho que fica mais difícil para fraudes. Outra vantagem é a questão das
senhas. O uso de muitas senhas acaba confundindo a gente, então o
sistema traz benefícios”, argumenta. Mas Derick também aponta
desvantagens. “Existem muitas sugestões de sistemas de segurança,
contudo considero que nenhum é realmente seguro. Uma das desvantagens é
que por ser um sistema novo ainda apresenta algumas falhas no
reconhecimento. Muitas vezes dá erro na leitura”, disse.
O contabilista Melquiades Augusto, 42 anos, ainda não teve acesso ao
novo sistema, mas espera experimentar logo a novidade. “Para mim, todas
as tecnologias são boas para a sociedade, apostar em novidades que
facilite a vida das pessoas é um ganho para todos nós, ainda mais essas
novidades que trazem segurança. Eu usaria o sistema, e espero que ele
chegue logo a todos os bancos”, disse.
A biometria nos caixas eletrônicos no país começou a ser usada em 2006 pelo Bradesco. O banco escolheu a tecnologia Palm Secure,
que captura a imagem do padrão vascular da palma da mão e funciona como
uma senha. Atualmente, em todas as agências do banco é possível
encontrar pelo menos um equipamento de autoatendimento com a tecnologia.
Segundo o Bradesco, desde que a biometria foi adotada, cerca de 6
milhões de clientes optaram por usar sistema de leitura biométrica para
realizar suas transações, instalado em 21.752 máquinas de
autoatendimento.
No Banco do Brasil (BB), a expectativa é que a partir do próximo ano
comecem a ser instalados os módulos nos caixas eletrônicos para que seja
possível fazer o uso da biometria.
Segundo o gerente executivo da Unidade Gestão de Canais do BB, Pedro
Acácio Bergamasco, a expectativa é que em 2013 todos os equipamentos
estejam adaptados e os clientes não precisem mais usar senha nos caixas
eletrônicos. Atualmente, o banco tem 40 mil caixas eletrônicos. “A
tecnologia reduz a possibilidade de fraudes, como clonagem de cartão”,
disse Bergamasco. Quando os caixas estiverem adaptados, os clientes
poderão fazer o cadastro biométrico nas próprias máquinas de
autoatendimento.
A Caixa também tem projeto de uso das informações biométricas em caixas eletrônicos. No dia 18 de agosto, o banco anunciou que irá receber do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os dados do cadastro biométrico de eleitores.
A ideia é usar as informações para garantir a segurança e evitar
fraudes no pagamento de benefícios previdenciários e do Programa Bolsa
Família e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Na época, o vice-presidente de Tecnologia da Caixa, Joaquim Lima de
Oliveira, afirmou que no futuro será possível sacar benefícios sem usar
senha e cartão, apenas por meio da digital do cidadão. De acordo com
ele, atualmente muitos beneficiários perdem a senha ou recorrem a outras
pessoas para sacar o benefício no banco.
Fonte: Agência Brasil
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