(Reunião na Corregedoria de Justiça) |
Os juízes e promotores que atuam na área criminal ou em comarcas onde
estão instaladas unidades prisionais se reuniram para debater e cobrar
medidas urgentes para o sistema carcerário do Rio Grande do Norte. O
encontro foi realizado na sede da Corregedoria de Justiça, em Lagoa
Nova, na manhã desta sexta-feira (7), e comandada pelo corregedor geral,
desembargador Cláudio Manoel de Amorin Santos, que já foi secretário
estadual de Segurança Pública, entre 2003 e 2004. De acordo com ele, a
situação está se agravando.
Cláudio Santos informou que enviou um ofício para o secretário
estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Aldair da Rocha Câmara,
registrando a preocupação da Corregedoria com o "quadro de calamidade
pública do sistema carcerário sob administração da Secretaria de Justiça
e Cidadania, bem como os presidiários que estão sob custódia nas
delegacias de polícia e nos quartéis da Polícia Militar, órgãos da
Secretaria de Segurança".
O desembargador criticou a inércia do poder público e afirmou que a
falta de atitude das autoridades poderá gerar punições. "A situação está
se agravando e espero que esses gestores estejam conscientes das
consequências penais pela omissão. Fiz esse ofício e vou encaminhá-lo
para o Estado e para o Ministério Público. Agora, espero que o Governo
possa se sensibilizar e tomar providências", declarou Cláudio Santos.
Desembargador Cláudio Santos |
De acordo com o corregedor geral, todos os juízes que atuam na área
estão buscando soluções, como acelerando trâmites e processos para
progressão de regime de presos, o que concede novas vagas ao sistema
penitenciário. "O juízes estão abertos e sensibilizados à essa questão. O
problema é que a boa vontade não contamina o restante do Estado",
afirmou.
O juiz da vara única de Nísia Floresta, Ricardo Dabar Arbex, citou
que quase todos os dias dá andamento aos processos e concede benefícios
para muitos d eles. Apesar disso, o magistrado lembrou que existe um
pavilhão com novas vagas dependendo de empenho político. "Alcaçuz tem o
pavilhão com 400 vagas que está fechado por um detalhe, que é a
conclusão de uma obra por parte da Caern".
Segundo informações da Corregedoria de Justiça, os 13 juízes que
compõem o Grupo de Apoio à Execução Penal (GAEP) têm como meta visitar
170 estabelecimentos prisionais até o fim do ano, revisando
aproximadamente seis mil processos penais e possivelmente soltando
centenas de apenados provisórios e definitivos, dentro do que estabelece
a lei.
No ofício enviado às autoridades da Segurança, o desembargador
Cláudio Santos cobra que elas pelo menos informem quais as providências
que estão sendo adotadas para curto, médio e longo prazo, com objetivo
de acalmar os ânimos dos presos e permitir que os policiais civis e
militares com desvio de função possam voltar as suas obrigações
originais.
Participaram da reunião na Corregedoria de Justiça, além do
desembargador Cláudio Santos, os juízes corregedores auxiliares,
Francisco Seráphico da Nóbrega e Paulo Luciano Maia, os juízes criminais
Fábio Wellington Ataíde, Valentina Maria Helena de Lima, Henrique
Baltazar Villar, Felipe Luiz Machado, Denise Léa Sacramento e Cinthia
Cibele Diniz, além dos juízes de varas únicas, como Ricardo Dabar Arbex e
Marco Antônio Mendes Ribeiro. Também estiveram presentes os promotores
Wendell Beetofen Ribeiro Agra e Fernanda Lacerda de Miranda, bem como o
coordenador de Direitos Humanos, Marcos Dionísio Caldas.
*Fonte Portal BO
0 comentários:
Postar um comentário
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opiniões de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião do Blog do Sargento Andrade.