O diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca
(Dnocs), Elias Fernandes Neto, deixou nesta quinta-feira (26) o cargo,
após acusação de ter favorecido seu estado de origem em convênios do órgão.
A saída foi anunciada por meio de nota oficial divulgada pelo
Ministério da Integração Nacional, ao qual o órgão é submetido, após
reunião entre Elias Fernandes Neto e o ministro Fernando Bezerra Coelho.
"Após reunião de trabalho com o ministro de Integração, Fernando
Bezerra, o senhor Elias Fernandes pediu na manhã desta quinta-feira (26)
exoneração da diretoria-geral do Dnocs em função da reestruturação dos
quadros das empresas vinculadas à pasta. O secretário nacional de
Irrigação, Ramon Rodrigues, assume interinamente o cargo", diz a nota.
Elias Fernandes Neto deixou o Ministério da Integração sem falar com a
imprensa. A assessoria da pasta disse ainda que o ministro não vai
comentar o pedido de demissão.
Segundo Cristiana Lôbo,
na manhã desta quinta, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
comunicou ao vice-presidente Michel Temer a decisão do governo, por
determinação da presidente Dilma Rousseff, da demissão.
Na última quarta, Fernandes Neto afirmou ao G1 que não havia sido chamado pelo ministro
para discutir a possibilidade de deixar o cargo. Na terça, após
solenidade no Palácio do Planalto, o ministro afirmou que pretendia
fazer mudanças na cúpula das estatais subordinadas ao ministério.
Reportagem publicada na terça (24) pelo jornal "O Globo" informou que a
Controladoria Geral da União (CGU) apontou suposto favorecimento ao Rio
Grande do Norte, estado de origem de Fernandes Neto, nos convênios para
ações contra desastres naturais. De 47 projetos, o estado teria
recebido 37. Elias Fernandes Neto negou irregularidades.
Padrinho político
O líder do PMDB na Câmara dos deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), padrinho político de Fernandes Neto, postou em seu microblog no Twitter que tentou demovê-lo da decisão de deixar o Dnocs.
"Elias, agradecendo minha irrestrita solidariedade, pede q eu entenda
seu pedido demissão [...] E acrescenta q tb nao quer servir de
exploração política ou gerar crise política alguma para o seu Partido,
PMDB. E acrescenta q tb nao quer servir de exploração política ou gerar
crise política alguma para o seu Partido, PMDB. Acrescenta , com
serenidade, q o tema saiu do campo administrativo p o político . E com
isso ele nao concorda e pede p sair", publicou o deputado.
Eduardo Alves também relatou, no Twitter, ter recebido ligação do
ministro Bezerra, que, segundo ele, relatou a conversa com Fernandes
Neto.
Conforme o deputado, o ministro pediu a ele "indicação urgente" para a
direção do Dnocs. "Peço alguns dias para sugestão de novo nome para
representar o RN e o PMDB na direção do Dnocs."
G1
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