(Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press) |
Facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando
Vermelho (CV) estão infiltradas em penitenciárias do Rio Grande do Norte
e chegaram a ameaçar autoridades do Estado. É o que revela o juiz
Henrique Baltazar, da Vara de Execuções Penais e corregedor da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, sobre um relatório produzido ano
passado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e pela Agência
Brasileira de Inteligência (Abin). O secretário estadual de Segurança
Pública e Defesa Social, Aldair da Rocha, diz desconhecer tal documento
ou que tenham ocorrido essas ameaças.
(Henrique Baltazar ressaltou que material sigiloso possibilitou várias ações. Foto: Paulo de Souza/DN/D.A Press) |
Henrique Baltazar diz que o relatório é confidencial e que foi enviado à
Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), ainda na gestão de
Thiago Cortez. Pela natureza sigilosa, o magistrado prefere não
especificar quais as facções foram detectadas no RN nem nomes das
autoridades ameaçadas. Contudo, ele conta que foi-lhe enviada uma cópia
do documento à época em que motins em Alcaçuz e na Penitenciária
Estadual de Parnamirim culminaram com uma série de ataques à ônibus em
Natal. "Naquele tempo pedimos que os líderes desses eventos fossem
transferidos para a Penitenciária Federal de Mossoró. Em consequência,
me mandaram o relatório para que eu tivesse um conhecimento mais
profundo do que estava acontecendo".
Segundo o juiz, as facções se infiltraram principalmente no sistema penitenciário do estado, recrutando criminosos até por intimidação. "Eles costumam recrutar membros fazendo ameaças e os criminosos e presidiários se veem até forçados a participar para não morrer". Na opinião de Henrique Baltazar, a ameaça a autoridades também fazia parte da estratégia de infiltração no estado. "Quando uma facção dessas chega ao estado faz diversas ameaças à autoridades na intenção de se impor, causar temor, apenas".
O magistrado conta ainda que as informações desse relatório foram compartilhadas por várias representações da segurança pública e possibilitaram a realização de diversas ações da polícia para coibir as atividades dessas facções no estado. "Houve prisões até na Paraíba de pessoas ligadas a essas organizações criminosas". Henrique Baltazar acredita que a não divulgação desses dados tenha gerado certo desinteresse do Estado por ações mais enérgicas. "O trabalho feito pelos setores de inteligência são bastante razoáveis, mas o Estado não tem o interesse em resolver os problemas detectados".
Aldair da Rocha, titular da Sesed, alega não ter recebido, até então, qualquer cópia desse documento. "Não tenho conhecimento desse relatório. Pode ser que tenha chegado para mim hoje [ontem]". Ele também alega não ter notícias de autoridades potiguares que tenham sofrido essas ameaças.
Segundo o juiz, as facções se infiltraram principalmente no sistema penitenciário do estado, recrutando criminosos até por intimidação. "Eles costumam recrutar membros fazendo ameaças e os criminosos e presidiários se veem até forçados a participar para não morrer". Na opinião de Henrique Baltazar, a ameaça a autoridades também fazia parte da estratégia de infiltração no estado. "Quando uma facção dessas chega ao estado faz diversas ameaças à autoridades na intenção de se impor, causar temor, apenas".
O magistrado conta ainda que as informações desse relatório foram compartilhadas por várias representações da segurança pública e possibilitaram a realização de diversas ações da polícia para coibir as atividades dessas facções no estado. "Houve prisões até na Paraíba de pessoas ligadas a essas organizações criminosas". Henrique Baltazar acredita que a não divulgação desses dados tenha gerado certo desinteresse do Estado por ações mais enérgicas. "O trabalho feito pelos setores de inteligência são bastante razoáveis, mas o Estado não tem o interesse em resolver os problemas detectados".
Aldair da Rocha, titular da Sesed, alega não ter recebido, até então, qualquer cópia desse documento. "Não tenho conhecimento desse relatório. Pode ser que tenha chegado para mim hoje [ontem]". Ele também alega não ter notícias de autoridades potiguares que tenham sofrido essas ameaças.
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