O desmatamento na Amazônia pode aumentar a incidência do fenômeno climático El Niño e consequentemente os problemas de seca no Nordeste e fortes chuvas em outras partes do Brasil, como Sul e Sudeste. A conclusão vem dos primeiros resultados do Modelo Brasileiro de Sistema Terrestre. É um novo monitoramento colocado em prática pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“As respostas globais da atmosfera e dos oceanos são proporcionais à área desmatada no modelo” explicou o pesquisador do Inpe, Paulo Nobre, em entrevista à Agência CNM. De acordo com detalhes dados por Nobre, a frequência do El Niño pode ser o dobro do observado no passado, com a substituição de florestas por vegetação de savana. Portanto, quanto mais derrubada de árvores, maior os efeitos do fenômeno.
Paulo Nobre confirmou que os resultados do El Niño podem piorar a falta de chuva nos Estados do Nordeste e aumentar a ocorrência delas no Sudeste, por exemplo. “O período de redução da pluviosidade [chuva] observada o ano passado, e que se estende até o presente, é devida em grande parte ao comportamento do Oceano Atlântico”.
O que é o El Niño?
O El Niño, O menino em Português, é o nome dado quando as águas do Oceano Pacífico estão mais quentes. Pouco se sabe a respeito deste fenômeno, no entanto o resultado dele é alteração dos ventos que mudam todo o clima da região do Pacífico.
O fenômeno deve durar até um ano e meio e ocorre em intervalos de 3 a 7 anos. A diminuição de chuvas na Amazônia também são resultados do El Niño. Fora do Brasil, na Austrália, há problemas com a estiagem mais longa a cada ano.
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Da Agência CNM
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