O presidente da OAB Nacional, Ophir Cavalcante (Leonardo Carvalho/Folhapress) |
Para Ophir Cavalcante, questões
da prova federal podem ter chegado às mãos de mais estudantes. Por isso,
advogado recomenda anulação do exame.
Diante
do vazamento de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Ceará, o
presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir
Cavalcante, defende a anulação da prova em todo o país. Em entrevista ao site
de VEJA, o advogado recorda problemas similares ocorridos com exames da própria
Ordem em São Paulo e afirma que a reação do Ministério da Educação (MEC) ao
episódio foi insatisfatória, uma vez que o governo já deveria estar preparado
para lidar com a crise.
O senhor
defende que o Enem seja anulado. Por quê? Ninguém pode garantir que as respostas da prova
ficaram restritas só aos alunos daquele colégio (Christus), ou mesmo no
estado (Ceará), em função do mundo conectado que temos hoje. A OAB já
passou por uma situação parecida, em que foi confirmado o vazamento de
informações de uma prova no estado de São Paulo. O exame foi anulado no Brasil
inteiro em razão da possibilidade de isso ter acontecido em outros lugares.
Como as
falhas podem ferir os direitos do cidadão? É muito difícil construir um exame desse tamanho,
mas os erros anteriores deveriam ter ensinado uma lição ao MEC. É claro que o
ser humano está sujeito a falhas, mas os profissionais do ministério deveriam
ter tido mais cuidado ainda na operação, principalmente por causa das
experiências malsucedidas. Esperava-se uma maior cautela. Afinal, quanto maior
o número de participantes, maiores as chances de vazamento.
Como o
senhor vê a reação do MEC ao episódio? Acho o MEC deveria ter fornecido uma resposta mais
efetiva. Não há dúvidas de que essa atitude de ganhar tempo que eles utilizam é
ruim para a credibilidade do governo. Mas essa é uma opção de gestão. Do ponto
de vista da sociedade, entendemos que é complicado manter uma prova, com o
vazamento comprovado em pelo menos um estado.
Que ações
os participantes do exame podem tomar? Eles podem pedir a anulação da prova, se quiserem.
Aliás, já existem ações nesse sentido, como uma ação coletiva junto com o
Ministério Público Federal.
Fonte: www.veja.abril.com.br
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