Brasília – A conclusão do Mutirão Carcerário de São Paulo resultou na
libertação de 2,3 mil presos, segundo divulgou hoje (19) o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ). O trabalho começou em julho e revisou 76,3
mil processos de detentos do estado, o maior contingente analisado até
agora. São Paulo tem a maior população carcerária do país, com 180 mil
presos. Agora, o único estado onde o mutirão ainda não foi feito é
Sergipe.
Do total de 2,3 mil pessoas libertadas em SP, 400 já tinham cumprido
pena e 1,9 mil receberam liberdade condicional. Também foram concedidas
5,9 mil progressões de pena para o regime semiaberto (7,8 % do total de
processos analisados) e 98 progressões ao regime aberto (0,12 %).
O presidente do CNJ, Cezar Peluso, ressaltou que o Estado precisa
adotar um mecanismo confiável para o cálculo da execução da pena dos
detentos, com a adoção de um sistema informatizado que não fique sujeito
às falhas de cálculos manuais. Também sugeriu a criação de varas
regionais de Execução Penal pois, atualmente, poucos juízes são
responsáveis pela análise de uma grande quantidade de processos.
Peluso também informou que a situação dos presídios de São Paulo é
relativamente boa se comparada a dos demais estados já visitados pelo
CNJ. No entanto, ressaltou que a superlotação e a insalubridade também
estão presentes em algumas das 160 unidades visitadas e que há problemas
de assistência médica, assistência jurídica a presos estrangeiros e,
ainda, falta de vagas em unidades de internação para cerca de 900
criminosos com distúrbios psicológicos.
A criação de 22 mil vagas em presídios até agosto do ano que vem,
anunciada pelo governo paulista, foi bem recebida pelo presidente do
conselho, mas ele ressalvou que a solução pode ser apenas momentânea, já
que o estado recebe 766 novos presos por mês.
Somados todos os mutirões feitos pelo CNJ desde 2008, 36,3 mil presos
já foram postos em liberdade. “Posso dizer que encerrei minha gestão
cumprindo meu dever. Não tem dinheiro, nem outra medida possível para
reparar isso [a prisão indevida de alguém], nas condições atuais do
sistema carcerário brasileiro. Qualquer outra questãozinha é
absolutamente secundária”, disse o ministro.
O relatório do mutirão de São Paulo será encaminhado ao Tribunal de
Justiça do estado, ao governo estadual e ao Executivo federal com
sugestões e recomendações para melhorar o sistema.
Agência Brasil
0 comentários:
Postar um comentário
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opiniões de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião do Blog do Sargento Andrade.