Bombeiros e policiais decretam greve no Rio após assembleia realizada no Centro do Rio (Foto: Carolina Lauriano/ G1) |
Após a assembleia realizada na noite de quinta-feira (9), os bombeiros e
as polícias civil e militar decretaram a greve das categorias no estado
do Rio de Janeiro. Cerca de duas mil pessoas presentes na Cinelândia, no Centro, participaram da votação.
"A partir de agora, a segurança é de responsabilidade da Guarda
Nacional ou do Exército", disse o cabo da PM Wellington Machado, do 22º
BPM (Maré) ao microfone, após perguntar quem estava a favor da
paralisação e todos os presentes levantarem as mãos e gritarem "sim".
Após a confirmação da greve, o PM deu instruções aos policiais e
bombeiros presentes na Cinelândia. "Todos devem seguir direto e estar
aquartelados em seus respectivos batalhões", disse. "Atenção, é
importante, quem está de folga aquartela, de férias aquartela, quem está
de licença aquartela. Todos juntos, não tem distinção, se puderem levar
as esposas, levem junto. É importante", completou.
O decreto da greve foi antecipado, já que segundo as lideranças do
grupo, se as reivindicações não fossem aceitas até a 0h desta
sexta-feira (10), as categorias iniciariam a paralisação. De acordo com
os líderes do movimento, no entanto, a decisão pela greve já estava
acertada. Eles explicam que a antecipação do anúncio da paralisação
ocorreu porque os manifestantes estavam cansados. A assembleia teve
início por volta das 18h.
Os policiais militares informaram que ficarão aquartelados e não
atenderão nenhuma ocorrência. Os bombeiros informaram que ficarão
aquartelados em seus batalhões, e que um efetivo de 30% em cada quartel
atenderá os casos de emergência. Já os policiais civis disseram que
apenas 30% do efetivo ficarão à disposição para os casos de emergência,
como ocorrências em flagrante e homicídios. Eles frisaram, no entanto,
que não vão deixar "a população à deriva".
Exército enviará 14 mil homens
Mais cedo, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, afirmou que o Exército disponibilizaria cerca de 14 mil homens e a Força Nacional atuaria com cerca de 300 homens para a segurança no estado, caso a greve fosse decretada.
Mais cedo, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, afirmou que o Exército disponibilizaria cerca de 14 mil homens e a Força Nacional atuaria com cerca de 300 homens para a segurança no estado, caso a greve fosse decretada.
Segundo ele, o plano prevê que os 14 mil homens do Exército façam o
policiamento no estado, enquanto os 300 homens da Força Nacional
auxiliem no trabalho dos bombeiros, em caso de paralisação dos
servidores de segurança do estado.
Manifestantes se acorrentam a bonecos vestidos com fardas da polícia e dos bombeiros (Foto: Carolina Lauriano/ G1) |
A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros da Auditoria da Justiça
Militar do Rio decretou, na noite desta quinta-feira (9), a prisão
preventiva do cabo Benevenuto Daciolo, do Corpo de Bombeiros. Ele é
acusado de praticar os crimes de incitamento e aliciamento a motim. As
informações foram confirmadas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
(TJ-RJ).
A liberdade do bombeiro era uma das reivindicações de policiais civis,
militares, bombeiros e agentes penitenciários. Além disso, as categorias
reivindicam piso salarial de R$ 3.500, com R$ 350 de vale tranporte e
R$ 350 de tíquete-refeição.
O cabo Benevenuto Daciolo está preso administrativamente, em Bangu,
devido aos crimes de incitamento à greve e aliciamento a motim, segundo o
secretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Escutas mostram
conversa de Daciolo com a deputada Janira Rocha (PSOL) sobre estratégias
de greve.
Segundo os manifestantes, mais de 50% das três categorias vão aderir à
greve. Nascimento afirmou que, no caso do Corpo de Bombeiros, a adesão
chegará a 70%.
Em relação à segurança da população, Nascimento garante que os serviços
de segurança da sociedade que tenham "caso de morte" serão prestados.
"Em casos como grandes incêndios, colisões, atropelamentos, acidentes
graves, os serviços serão prestados", garantiu.
Cabral critica 'balbúrdia e agitação'
O governador do Rio, Sérgio Cabral, defendeu a atual política de segurança estadual. “O governo, nesses anos todos, fez um esforço priorizando a segurança pública. Hoje, a segurança pública tem um orçamento que chega a níveis de itens essenciais, como a saúde, apesar de não ser obrigatório. O orçamento da Polícia Militar subiu de R$ 900 milhões para R$ 2 bilhões”, afirmou durante o lançamento do Programa Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, em Niterói, no fim desta manhã.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, defendeu a atual política de segurança estadual. “O governo, nesses anos todos, fez um esforço priorizando a segurança pública. Hoje, a segurança pública tem um orçamento que chega a níveis de itens essenciais, como a saúde, apesar de não ser obrigatório. O orçamento da Polícia Militar subiu de R$ 900 milhões para R$ 2 bilhões”, afirmou durante o lançamento do Programa Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, em Niterói, no fim desta manhã.
Cabral afirmou que existe uma “articulação nacional para tentar criar
um clima de insegurança” e criticou aqueles a quem chamou de “ditos
líderes” do movimento por melhores salários para bombeiros e policiais.
Informações e Fotos: G1
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