Construção
arquitetônica do século XIX, o sobrado de Belém do Brejo do Cruz, na
microrregião do Catolé do Rocha, no Sertão Paraibano, também é guardião de parte da
história do legendário cangaceiro Jesuíno Brilhante (1844-79), morto nas
proximidades, em fatídica emboscada comandada pelo cabo Preto Limão, no Serrote
da Tropa, na Comunidade Rural Santo Antônio, margens do Riacho dos Porcos, no
vizinho município de São José de Brejo do Cruz, terra natal do cantor Zé
Ramalho.
Abandonado há vários anos, a relíquia
imperial de fantásticas estórias, contadas de geração para geração, mantém-se
como testemunha da história do sertão, resistindo às intempéries no meio da
caatinga.
O
poeta José Augusto Araújo, em “De Grão em Grão, Belém é Contado”, registrou em
versos a sua existência: “Logo depois o Sobrado/A mais velha construção/Que
desejamos um dia/O tempo dá solução,/E das ruínas nascer/Um sobrado de lição”.
O cordelista Augusto
Araújo, das glebas do Patu, também registrou a vizinhança do velho sobrado, com
o lugar de nascimento do famanaz Jesuíno Brilhante: “Seus vizinhos são assim:/Ao
leste Jucurutu/Que pouco temos contato,/Diferente de Patu/Que costumamos dá as
mãos/Lá no sítio Tuiuiú”.
Filho do belenense
Epitácio Andrade, autor de “A Saga dos Limões – Negritude no Enfrentamento ao
Cangaço de Jesuíno Brilhante”, conclui lançando um apelo: “Salvemos o Sobrado
do Belém!”
Texto: Epitácio de Andrade
Filho, Médico Psiquiatra e Pesquisador Social.
1 comentários:
Recebi, na escola, a revista "Pesquisa" da FAPESP, onde publicaram uma foto deste casarão. Fiquei encantada e resolvi saber um pouco mais sobre a história da mesma. Adorei!
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