Brasília – Representantes do Ministério da Educação (MEC) reuniram-se,
no início da tarde de hoje (31), com o juiz Luiz Praxedes, da 1ª Vara
Federal do Ceará, que irá decidir sobre o pedido cancelamento das provas
do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. A presidente do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Malvina
Tuttmann, foi uma das participantes do encontro em que foram
apresentadas as alegações para que o exame não seja anulado.
De acordo com o MEC, o juiz divulgará até amanhã (1º) a decisão.
O pedido para que as provas do Enem, aplicadas nos dias 22 e 23 deste
mês, fossem canceladas foi feito pelo Ministério Público Federal no
Ceará (MPF-CE), após a constatação de que alunos do Colégio Christus, de
Fortaleza, tiveram acesso antecipado a cerca de 14 questões que foram
cobradas no exame. Os itens estavam em apostila distribuída pela escola
semanas antes da aplicação do Enem e vazaram da fase de pré-testes do
exame, da qual a escola participou em outubro de 2010.
A solução defendida pelo MEC é que os 639 alunos da escola cearense
tenham as provas anuladas e façam um novo teste no fim de novembro. Mas o
procurado da República Oscar Costa Filho pediu à Justiça que o Enem
seja anulado – ou pelo menos as questões que estavam na apostila do
Christus. O Inep argumentou ao juiz que o episódio ocorreu de forma
localizada e que a reaplicação do exame aos alunos do colégio de
Fortaleza não traz prejuízo à isonomia do concurso.
O pré-teste é feito pelo Inep para avaliar se as questões em análise
são válidas e qual é o grau de dificuldade de cada uma. Os cadernos de
questões do pré-teste deveriam ter sido devolvidos após a aplicação e
incinerados pelo Inep. A Polícia Federal investiga se houve fraude na
aplicação do pré-teste. O MEC confirma que 14 questões que estavam na
apostila foram copiadas de dois dos 32 cadernos de pré-teste do Enem
aplicado no ano passado a 91 alunos da escola.
Agência Brasil